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Writer's pictureDra. Paula Reichert Leite

Benefícios dos alimentos orgânicos e riscos de pesticidas à nossa Saúde



Agrotóxicos são um dos maiores danos que o humano faz ao nosso planeta e à nossa saúde. Ao consumirmos produtos não orgânicos estamos estimulando o uso dessas substâncias. Como o mercado é regido pela oferta e demanda, ao comprarmos orgânicos estamos estimulando a produção por essa técnica, reduzindo os custos e regenerando o solo e a nossa microbiota. Não pense que sua atitude não afeta o planeta! Uma notícia triste é que o Brasil liberou o uso ano passado de mais agrotóxicos como o Fipronil e o Clorpirifós, banidos em países de primeiro mundo.


Orgânicos são alimentos produzidos sem pesticidas, herbicidas, fertilizantes, irradiação, hormônios, antibióticos, e sem manipulação genética (GMO). Eles têm esses benefícios:


-Mais fitoquímicos: sem uma camada de veneno as plantas têm que se proteger sozinhas de agressores, e faz isso produzindo fitoquímicos, substâncias com potente benefícios no corpo de que as consome: altera a expressão dos nossos genes reduzindo inflamação, resistência insulínica, obesidade, aumentando a imunidade, combatendo radicais livres, modulando nossa microbiota intestinal. Resultado: longevidade, redução de doenças crônicas, auto-imunes, alergias e câncer. Falarei mais sobe fitoquímicos na próxima semana!


-Mais vitaminas e minerais: a deficiência de magnésio por exemplo é endêmica, causada pela pobreza do solo nos últimos 70 anos, desde que começamos a usar agrotóxicos e técnicas de agricultura não sustentáveis.


-Menos metais pesados: que intoxicam nossas células e são muito difíceis de eliminar.


Os efeitos dos agrotóxicos (Gliphosate, Roundup, GMOs, etc) são devastadores no nosso organismo e no planeta (solo, animais, vegetação, clima):


-São disruptores endócrinos, ou seja, bloqueiam receptores hormonais, impedindo que sejam ativados pelos nossos hormônios e com isso causando um feedback negativo na síntese hormonal. Também reduzem a conversão de T4 em T3. Resultado: câncer (mama, próstata), hipotireoidismo, endometriose, infertilidade, diabetes, obesidade.


-Neurotoxicidade: Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), autismo, atraso no desenvolvimento, alterações de humor (ansiedade, depressão), doenças neurodegenerativas


-Carcinogênese


-Passam pela placenta, causando mal formações e abortos, além de alterarem a epigenética do bebê


-Alteram nossa microbiota intestinal, levando a Disbiose e Leaky Gut (aumento da permealibidade Intestinal), inflamação crônica do nosso organismo, doenças auto-imunes, síndrome metabólica)


-Aumentam resistência a antibióticos e a cada ano geram mais resistência aos próprios agrotóxicos, levando a indústria a criar venenos ainda mais fortes


-São lipossolúveis, ou seja, se acumulam nas nossas células gordurosas. Por isso Obesidade deve ser vista como doença, e deve ser tratada. Além de liberarem constantemente citocinas inflamatórias na corrente sanguínea, nossos adipócitos liberam também toxinas acumuladas, gerando inflamação sistêmica que aumenta câncer, doenças auto-imunes, resistência insulínica, etc.


-Sobrecarregam nosso sistema de detoxificação hepático, reduzindo nossa capacidade de eliminar toxinas carcinogênicas e inflamatórias. Quer fazer Detox? O primeiro passo é reduzir a entrada de toxinas. O segundo é aumentar a excreção delas!


Curiosidade: Alguns alimentos como o Trigo têm muito Glifosato, então além do Glúten (que é uma proteína inflamatória) causam intolerância por esse mecanismo.


Como a procura por orgânicos no Brasil ainda é pequena, os preços são bem mais altos. No mundo ideal deveríamos consumir apenas orgânicos, mas no mundo real podemos excluir o consumo dos que mais têm agrotóxicos. A EWG tem a famosa lista dos Dirty Dozen (12 alimentos com mais agrotóxicos, que deveriam ser consumidos na versão orgânica) e os Clean 15 (os 15 com menos veneno, sendo seguros) (Veja nas referências abaixo).

No Brasil a Anvisa tem sua versão dos alimentos com maior resíduo de agrotóxicos:

E o alarmante é o uso indiscriminado deles! Alguns proibidos ou muito acima do limite permitido. Os dados revelam que 34% das amostras foram identificadas misturas de agrotóxicos, variando de 2 a 21 tipos diferentes de agrotóxicos no mesmo alimento! Os produtos que apresentaram maior percentual de mistura de agrotóxicos foram o pimentão (95%), cenoura (73%) e tomate (68%).


Como reduzir os agrotóxicos no dia a dia:


-Como a maior parte dos fitoquímicos está na casca (exatamente para a planta se defender dos agressores), evite removê-la. Mas tome essas medidas para aumentar a remoção das toxinas:

-Deixe de molho: antes de consumir, deixa-os de molho por meia hora em uma solução de uma colher de sopa de bicarbonato de sódio para 2 litros de água. O pH alcalino ajuda a soltar o agrotóxico;

-Lave os alimentos mais de uma vez: utilize água corrente e uma escovinha para higienizar a casca. Quanto mais tempo o agrotóxico fica no alimento, maior sua penetração ;

-Para folhas: descarte as primeiras folhas pois as folhas que ficam do lado de fora do maço possuem maior carga de veneno;

-Cuidado com vegetais muito perfeitos: desconfie dos alimentos muito perfeitos e grandes, as substâncias químicas tornam frutas e legumes mais resistentes e maiores;

-Prefira alimentos da época: compre apenas alimentos da safra, os que estão fora de época tendem a receber mais agrotóxicos na lavoura para progredirem;


Referências (Filmes, Livros e Artigos):



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