Ferro é um mineral fundamental para o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos e o funcionamento de enzimas ligadas à produção de energia, hormônios, detoxificação e imunidade.
Sintomas de deficiência:
cansaço
fraqueza
queda de cabelos, pele ressecada, unhas frágeis, palidez de pele e mucosas
infecções frequentes
taquicardia e palpitações
dor de cabeça
extremidades frias
síndrome das pernas inquietas
desejo por comer não alimentos (tijolo, giz, papel, terra)
Diagnóstico laboratorial:
O ideal é correlacionar diversos parâmetros laboratoriais com a história clínica.
A dosagem de ferro sérico varia 30% ao longo do dia, não sendo o melhor exame para avaliação.
Ferritina é a proteína que armazena ferro mas ela aumenta quando estamos inflamados, independentemente da quantidade de ferro, podendo dar um resultado falso negativo de deficiência.
A transferrina é a proteína que carrega o ferro, e o grau de saturação dela é útil.
Até mesmo um hemograma pode auxiliar, quando avaliamos não só a quantidade de hemoglobina (Hb) mas também o tamanho (VCM) e a cor (HCM) das hemácias (mas esses parâmetros podem estar normais se também há deficiência de B12).
Causas:
- Perdas sanguíneas: menstruação, sangramentos gastrointestinais por úlceras, pólipos, câncer ou uso crônico de aspirina e anti-inflamatórios, cirurgias, doações frequentes de sangue
- Menor absorção de ferro: doença celíaca, bariátrica, SIBO e verminoses (microorganismos no intestino consomem ferro e também atrapalham a nossa absorção), hipocloridria (redução da acidez estomacal por H. pylori, envelhecimento, gastrite atrófica autoimune ou uso crônico de antiácidos)
- Maiores necessidades de ferro: doenças crônicas como câncer, infecções, doenças renais
- Diluição: gestação
- Menor consumo de ferro na dieta: O ferro heme é melhor absorvido e se encontra nas carnes, peixes, aves, ovos. O não heme está ligado a fitados e oxalato que reduzem sua absorção, e é encontrado em animais e vegetais como soja, folhas verde escuras, feijão, ervilha, lentilha, semente de abóbora e farinhas fortificadas.
Tratamento:
Como na Medicina Funcional tratamos as causas, e não apenas os sintomas, juntamente com a reposição de ferro precisamos investigar as causas acima e otimizar o pH gástrico, tratar disbioses, etc.
Muitas vezes a via endovenosa acaba sendo vantajosa em pacientes com alterações do TGI.
Via oral os que dão menos efeitos colaterais e são melhores absorvidos são os ferros lipossomais e os polimaltosados.
Ferro Heme, de origem animal, tem 10-40% de absorção.
Ferro não heme, vegetal, apenas 2-20%. Deixar de molho e cozinhar em panela de pressão remove ácido fítico, melhorando a absorção.
Cuidados ao suplementar:
- Não suplementar Fe com refeições ou suplementos ricas em Cálcio pois este inibe a absorção de Fe.
- Não suplementar Fe com refeições ou suplementos ricos em Zinco pois o Fe inibe a absorção de Zn.
- Vitamina C (suplemento ou frutas cítricas, brócolis, pimentões, folhas, tomates) ajuda a absorção de Fe.
-Lácteos, chás e cafés prejudicam muito a absorção de ferro.
Não se automedique pois o excesso de ferro também é prejudicial porque aumenta a oxidação no nosso organismo, além de acumular nas vísceras atrapalhando seu funcionamento.
Se você tem os sintomas ou causas descritos acima por favor procure um médico para avaliação.
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